Capitulo 109

SEMANAS DEPOIS

  COM LUAN

 Sabe o que é passar exatamente duas semanas, sentado, de frente pra uma cama de hospital, e o único som que você pode ouvir naquele quarto, são os do aparelho. Aquele aparelho que diz, que a minha mulher esta ali, comigo, que ela pode me ouvir. Aquele aparelho que a qualquer hora pode levar ela, e me levar também. Durante duas semanas a minha vida foi resumida em pequenas coisas, passar o dia no hospital, dormir em casa com a Maria, ou dormir no hospital, e ficar o dia com a Maria, ela não queria comer, não queria ir pra escola, não queria brincar, não queria dormir, só queria ficar quieta.

  E eu só sabia chorar, só isso, por que não em restava mais nada. Todo dia alguém ea visitar ela, quando eu não dormia la o Matt dormia com ela, ele cancelou todas as folgas, tudo, pra ficar cuidando dela.

- Já pensou, transformar, a nossa amizade em um lindo romance? Já somos amis felizes que muitos casais. Eu, voce, dois filhos e um cachorro, um edredom – disse sussurrando enquanto pegava na mão dela, - Ontem eu fiquei olhando as suas fotos, antes de te conhecer, como você parecia uma boneca, bem branquinha, boca vermelha, cabelo loiro, olho claro, tão linda, tão linda. Sera que voce ta me ouvindo em? Tô com saudade Blair, seu marido precisa da esposa dele

  Fiquei olhando pra ela, ver ela ali, pálida, com um tubo na boca, vários fios no rosto, no corpo, doía tanto, queria estar no lugar dela, e tentar tirar tudo de ruim que ela ta sentindo.

   Enquanto olhava pra ela, eu percebi que ela apertou minha mão, fiquei tão feliz, ela sempre fazia isso quando me ouvia

- É... eu sei que você ta me ouvindo – dei um beijinho na testa dela, e uma lagrima escorreu pelo seu rosto – Te amo demais.

  Liguei a TV e fiquei assistindo TV, depois fiquei escrevendo.

- Luan? – Matt entrou

- Eai cara

- Tudo bom?

- Unrrun

- Ta na hora de ir ne

- Já?

- Jaa, não se preocupa, vou ficar com ela hoje

- Obrigada, qualquer coisa me liga?

- Claro

   Me despedi dela, e fui pra casa, com o coração na mão

COM MATT

 Quando Luan foi embora, eu tive que sair rapidinho do quarto da Blair, e ir trocar de roupa. Quando voltei, levei um susto, o olho dela tava aberto

- Blair? – falei. Ela fez sinal com a cabeça

- Você ta sentindo alguma coisa? – Ela fez que não com a cabeça, e com dificuldade tentou tirar o tubo de alimentação da boca – Calma

   Com todo cuidado do mundo eu tentei tirar o tubo, e tirei

- Você consegue falar?

- Po...pouco

- Ta sentindo alguma dor? Cansaso?

- Nã... não – mas quando ela falava, eu percebi que ela cansava

- Não precisa falar, voce ta cansando. Esperamos duas semanas pra isso Blair, Luan acabou de sair daqui – ela ficou olhando pra mim, não entendi nada, mas de repente o aparelho começou a apitar, e ela começou a suar, e ficar gelada

- Blair? Blair? – tentei reanimar ela, mas nada, ela não respondia. Chamei todo mundo da equipe, os enfermeiros vieram

- A pressão dela ta aumentando cada vez mais

- Da um jeito, um medicamente, alguma coisa

- Não posso, se eu der medicamente ela pode ter um derrame

- Pelo amor de Deus ela ta morrendo

- O que o senhor quer que a gente faça?

- Blair – eu tava gritando, porque ver aquele aparelho parando estava me matando – REAGE BLAIR, ANDA, POR FAVOR, ANDA, VOLTA.

  Eu não podia fazer nada, só pedir pra Deus um milagre.

- Não Blair – disse chorando

- Doutor...

  Olhei pra cima, e vi o aparelho parada

- NÃAAO, ELA NÃO PODE MORRER, PELO AMOR DE DEUS, ELA NÃO PODE MORRER

- Desculpa, nós não podemos fazer nada, e nem o senhor

-BLAIR, PELO AMOR DE DEUS VOLTA. Liguem pro marido dela agora, e mande ele vim pra ca

- Certo

 COM LUAN

  Estava colocando a Maria pra dormia, ela não parava de chorar, e gritar o nome da mãe

- Espera Maria, a mamãe ta com o padrinho, ela ta bem, ela me ouviu de novo hoje

- EU QUERO A MINHA MÃE AGORA

- Maria, escuta o papai. Me ajuda Maria, eu também to sofrendo, por favor

- PAPAI ELA MORREU

- Para com isso

  O telefone tocou, nós nos olhamos, e corremos pra atender. A Maria chegou primeiro e pegou o celular

- Alô, mamãe?  - coloquei no viva voz

- É da casa da família da Blair Waldorf

- É sim – disse

- Precisamos que vocês venham pro hospital agora

- Hã? Porque – Maria disse – Cade minha mãe?

- Calma Maria – as enfermeiras já conheciam ela, de tanto que ela ficava correndo pelo corredor quando ea ver a mãe

- Diz por favor, a minha mãe morreu?

- Sim...

  Aquela pequena palavra acabou comigo, eu caí no chão, a Maria desligou o telefone e correu pra mim

- NÃAO PAPAI, ELA NÃO MORREU, ELA NÃO VAI MORRER, VAMO, LEVANTA, LEVANTA – Ela tentava me puxar, mas eu não queria fazer nada, só morrer também – AI QUE GORDO. LEVANTA PAPAI, VAMOS LA, EU TENHO QUE VER ELA, LEVANTAAAAAAAAAAAAAAAAAA – Ela deu um grito tão forte que até eu levei um susto – LEVANTA AGORA SEU GORDO, A MINHA MÃE NÃO MORREEEEEEEEEEEEEU

- Para de gritar – disse colocando o dedo na cara dela, nunca fiz isso, mas eu estava estressado demais

- ENTÃO LEVANTA DAÍ AGORA, SE VOCE NÃO QUER SALVAR A MINHA MÃE, EU QUERO

  Ela saiu correndo pro quarto, e depois voltou com um mochila

- Voce não vai Maria – disse

- Vou sim, só eu posso salvar minha mãe

- Maria me escuta, eu sou o seu pai, e eu estou dizendo que voce não vai, entendeu?

- Voce é meu pai, e eu sou sua filha, e eu estou dizendo que eu vou, porque ela é MINHA MÃE, e ela não morreu

- PARA DE REPETIR ISSO SUA MAL CRIADA

- NÃO FALA ASSIM COMIGO, EU NÃO TENHO CULPA DE EU POSSO SALVAR MINHA MÃE

- MARIA VOCE NÃO É MEDICA

- MAS EU POSSO SIM, ANDA

  Ela entrou no carro, eu nem sabia como dirigir, eu tava  com a cabeça nas nuvens

- Ela morreu – disse no caminho, MORRENDO DE CHORAR

- Ela não morreu papai, eu juro, confia em mim

- Por que voce pensa isso Maria?

- Por que eu sei, confia em mim, por favor, eu posso ser uma criança de 6 anos, mas eu sei, ela não morreu

  Chegamos no hospital, eu nem soube estacionar, deixei o carro de qualquer jeito, e corri pra dentro, Maria também. Entrei no setor do Matt, e encontrei um monte de gente saindo e entrando no quarto da Blair, empurrei todo mundo e entrei. Vi a minha princesa ali, naquela cama, branca, mais pálida que antes

- Não – corri pra ela – Não me deixa, por favor, por favor, não vai embora, pelo amor de Deus. Eu preciso de voce comigo, pra sempre, pra sempre,

- Ai quanta gente burra – ouvi uma vozinha atrás de mim, e como eu, todos se espantaram, era a Maria

- O que ela ta fazendo aqui? Ela não pode entrar na UTI, Pelo amor de Deus – Matt pegou ela no colo

- Me escutem. Eu posso ter 6 anos, mas eu sei o que ta acontecendo aqui. Eu quero que vocês desliguem aqueles aparelho agora, e depois liguem de novo com toda força

- Hã? Gente, essa menina não ta bem, deve ser pela perda – uma enfermeira disse

- Padrinho, acredita em mim, por favor, assim como todo mundo eu preciso da minha mãe, na verdade, MAIS que todo mundo eu preciso da minha mãe, ela é meu tudo, ela é que faz tudo pra mim, ela é minha mamãe, eu só tenho 6 anos, não consigo alcançar a minha estante de livros, não consigo dormir sem ela ler uma historia pra mim antes. Passei duas semanas em casa, sem poder ver minha mãe, o máximo que chegava era no corredor, eu posso ter 6 anos mas eu sei o que é morrer, e viver. Se vocês querem que ela volte, por favor, desliguem e liguem aquele aparelhos

  Fiquei olhando pra ela, por que minha filha era tão teimosa como a mãe?

- Ouviram ela ne? Aparelhos desligados, e ligados com toda força, agora – Matt disse colocando ela no chão. Os enfermeiros ficaram tipo ‘’ Isso é loucura ‘’ Eles contaram até 3, e ligaram de novo os aparelhos

  Esperamos, esperamos, esperamos

- Não acontece nada – disse

- Ainda não, esperem – Maria disse olhando pro aparelho